CANDO
(Largo do Cruzeiro)
C A N D O
Abobeleira, Valdanta e Granjinha têm sido lembradas com certa regularidade neste “CANAL NETEVISIVO”.
Uma ALDEIA das mais tradicionais, encantadoras e históricas tem andado um pouco arredada das inspirações, recordações e saudades do que resta dos verdadeiros valdolménicos.
Claro que, ao lerem isto, as vossas (e a nossa) consciências entraram em convulsão; e os vossos (e o nosso) corações «saltaram aos pulos».
Todos sabemos das nossas raízes valdolménicas pré-históricas - Há mais de 6.ooo anos que os nossos antepassados por aqui labutavam.
Por esses tempos, numa clareira rodeada de bosques e férteis campos de cultivo, instalou-se um Clã da Tribo dos Caladuni, tendo aí erigido um monumento ao seu deus dos Bosques (esses Povos eram politeístas, como bem se lembram), CANDAMO.
O CLÃ chamava-se CALANDUMNA.
E CALANDUMNUM passou a chamar-se o povoado.
Mais tarde, os Romanos dominaram a Península e, também, por estas paragens se fixaram.
Mais sensatos do que os conquistadores modernos, manifestaram sempre respeito, quer pela Cultura, quer pela Coragem dos Povos que venceram. E adoptaram ou combinaram a sua Civilização e Cultura com esses Povos.
Assim, CALANDUMNUM, passou a chamar-se, pelos romanos, Calandum, e CANDO nos nossos tempos.
No lugar do templo em honra do deus dos Bosques, os chegados e chamados cristãos aproveitaram para transformar o templo a CANDAMO em ermida em honra de Stª. Maria.
Em 1678, o povo Candulense deita abaixo o que restava da ermida e, por sua conta e risco, erguem uma Capela em honra de N.S. da Assumpção da LAPA.
O apoio logístico de um morgado candulense, Sebastião Alves; e a orientação técnico-táctica engenhoca de outro candulense, Manuel Gonçalves Lizes, Alferes de Cavalaria, em Chaves, fizeram com que as obras da Capela, iniciadas em Janeiro desse ano ficassem «rápido e depressa» concluídas, de tal modo que, em 21 de Novembro se realizou a brilhante cerimónia do BENZER do Templo e a 1ª. Festa em honra da Padroeira … e de proveito e alegria do Povo.
Consta que, para a época, até algumas Freguesias circunvizinhas mostraram uns palmitos de inveja por não terem uma Igreja Matriz tão grandalhota e tão bonita.
Agora, se não estou em erro, até já mal se lembra do ano da última festividade.
Este ano talvez tivesse calhado no Dia de Portugal. Seria?
Se continuar a valer a data da «segunda oitava a seguir ao Espírito Santo».
Pois bem, o CANDO foi, É e será um povoado, uma Aldeia e um Povo histórico.
Os vestígios pré-romanos, romanos, mouriscos ainda por lá se vêem e, com investigação competente, poder-se-ão encontrar.
Por lá, por aqui e por ali, e no nosso coração ainda permanecem, desse Povo do CANDO, amigos, heróis e heroínas merecedores justos das nossas lembranças, das nossas loas e das nossas Saudades.
E, como o texto já vai longo, convido e desafio CANDULENSES, Valdantinos, Visitantes; amigos, inimigos, adversários do Cando (ou do autor); historiadores, investigadores e curiosos, a contribuírem com novos capítulos para este proémio.
Um CANDULENSE De Todo o CORAÇÃO
M.27.09.07
Luís Fernandes
de " A Minha Aldeia" Luís da Granjinha